quarta-feira, 13 de junho de 2007

/// Entendimento ///

Entende-se por arborização urbana toda cobertura vegetal de porte arbóreo existente nas cidades. Essa vegetação ocupa, fundamentalmente, três espaços distintos:

1. As áreas livres de uso público e potencialmente coletivas, citadas anteriormente;

2. As áreas livres particulares; e

3. Acompanhando o sistema viário.

Mas o que é arborização urbana?

É o conjunto de árvores que estão presentes nas cidades, sejam nas ruas, avenidas, praças, parques e áreas particulares. Constitui hoje em dia uma das mais relevantes atividades da gestão urbana, devendo fazer parte dos planos, projetos e programas urbanísticos das cidades.

Todo o complexo arbóreo de uma cidade quer seja plantado ou natural, compõe em termos globais a sua área verde.

Importância das árvores nas cidades

As árvores contribuem para o bem-estar físico e emocional das pessoas, atuando na melhoria das condições de vida no ambiente urbano, tanto no aspecto ecológico quanto estético.

Além disso, não há nada melhor, nos dias de calor, do que tomar um copo de água à sombra de uma árvore. Alem de que as árvores podem promover diversos benefícios nas áreas urbanas, como:

:: regularidade do clima

:: redução da poluição atmosférica

:: melhoria do ciclo hidrológico (melhor regularidade de chuvas)

:: redução da velocidade dos ventos

:: melhoria das condições do solo urbano

:: aumento da diversidade e quantidade da fauna nas cidades, especialmente de pássaros

:: melhoria das condições acústicas, diminuindo a poluição sonora

:: opções de recreação e lazer em parques, praças e jardins

:: valorização dos imóveis

:: embelezamento das cidades

:: as árvores nas cidades são habitat para inúmeras espécies de aves

Fator ecológico evidente

Por se constituírem em muitos casos em redutos de espécies da fauna e flora local, até com espécies ameaçadas de extinção, as árvores e áreas verdes urbanas tornam-se espaços territoriais importantíssimos em termos preservacionistas, o que aumenta ainda mais sua importância para a coletividade, agregando-se aí também o fator ecológico.

Porem entre grandes benefícios, ha alguns eventuais problemas que a arborização pode causar nas cidades tais como:

:: calçadas e muros danificados devido às raízes superficiais

:: interferência da copa das árvores nas redes elétrica e telefônica

:: entupimento de calhas e bueiros

:: interferência no livre trânsito de pessoas e veículos

:: danos nas redes elétrica e telefônica e encanamentos subterrâneos de água e esgoto

:: acidentes provocados pela queda de galhos e/ou árvores, principalmente em dias de fortes chuvas e vendavais

:: folhas, flores e frutos que caem das árvores e, acumulados, além de darem a impressão de "sujeira" podem provocar acidentes

:: espécies inadequadas para o plantio em calçadas (passeios), como o flamboyant, podem causar problemas

Estes são problemas possíveis, mesmo em locais com uma arborização bem administrada.

É um conflito existente, que deve ser enfrentado com bom senso.

/// Plantio ///

O adequado conhecimento das características e condições do ambiente urbano é uma pré-condição ao sucesso da arborização. É preciso considerar fatores básicos como: condições locais, espaço físico disponível e características das espécies a utilizar.

O plano de arborização deve responder algumas perguntas como: o quê, como, onde e quando plantar. Há necessidade de compatibilizar a arborização com o sistema elétrico, o abastecimento de água, esgotos, sinalizações e edificações. O cadastramento e controle das ruas e praças (dimensões, localização das redes e outros serviços urbanos, identificação das árvores, data do plantio e época de poda) possibilitam uma melhor implantação da arborização urbana.

As árvores devem ser plantadas nas "calçadas" (passeios), nos canteiros centrais das avenidas, nos estacionamentos, nas praças, nos bosques e nos parques. Também se pode plantar em quintais e terrenos particulares. A melhor época de plantar uma árvore é no período chuvoso.

Em locais onde houver rede elétrica, recomenda-se o plantio de espécies de árvores de pequeno porte, como, por exemplo, o híbisco, o guaramirim ou a extremosa.

Algumas medidas a observar:

:: Recuo mínimo da muda em relação ao meio-fio 0,50 m

:: Distâncias mínimas entre árvore e entradas de garagem 1,00 m

:: Vão livre entre a copa das árvores e a rede de baixa tensão 1,00 m

:: Vão livre entre a copa das árvores e a rede de alta tensão 2,00 m

:: Altura máxima das árvores de pequeno porte 4,00 m

:: Altura máxima das árvores de médio porte 6,00 m

:: Distância mínima entre árvores de pequeno porte e placas de sinalização 5,00 m

:: Distância mínima de árvores de médio porte e placas de sinalização 7,00 m

:: Distância mínima das esquinas 7,00 m

/// Escolhendo a espécie ///

As espécies utilizadas na arborização de ruas devem ser muito bem selecionadas, devido às condições adversas a que são submetidas. As plantas só devem ir para o lugar definitivo ( na rua, na avenida ou na praça) quando alcançarem, no mínimo, 2,00 metros. Devem estar acondicionadas em recipientes apropriados (jacás, latas ou caixões de madeira).

:: É importante a escolha de uma só espécie para cada rua, ou para cada lado da rua ou para um certo número de quarteirões. Isso facilita o acompanhamento de seu desenvolvimento e as podas de formação e contenção, quando necessárias.

:: Deve-se evitar as espécies cujos troncos tenham espinhos.

:: A escolha de espécies caducifólias (perdem as folhas em certo período do ano) é extremamente importante para o aproveitamento do calor solar nos dias frios; já em outras cidades, as espécies de folhagem perene são mais adequadas.

:: A copa deve ter formato, dimensão e engalhamento adequado. A dimensão deve ser compatível com o espaço físico, permitindo o livre trânsito de veículos e pedestres, evitando danos às fachadas e conflito com a sinalização, iluminação e placas indicativas.

:: Deve-se selecionar espécies de galhadas resistentes para evitar galhos que se quebrem com facilidade.

:: Nos passeios, deve-se plantar apenas espécies com sistema radicular pivotante.

:: Deve-se, ainda, evitar espécies geradoras de sombreamento excessivo e plantios muito próximos às casas.

:: Dar preferência a espécies que não dêem flores ou frutos muito grandes.

:: Pode-se utilizar espécies nativas ou espécies exóticas.

Algumas espécies apresentam limitações para arborização urbana, por isso não são recomendadas.

///Preservação ///

A preservação da arborização urbana é objeto de legislação específica, sendo também uma das atividades da Fundação Parques e Jardins manterem em situação desejável a vegetação arbórea pública da Cidade.

Entre as práticas de conservação da arborização urbana, a poda destaca-se, de modo especial, nas vias públicas com o objetivo de assegurar as funções desempenhadas pelas árvores no ambiente urbano em harmonia com edificações, equipamentos e redes de transmissão, indispensáveis à Cidade, garantindo a vitalidade das árvores e a segurança dos habitantes. (A poda é uma prática de remoção de galhos das árvores e é feita para aumentar a vitalidade das árvores ou para evitar problemas de segurança causados pelo crescimento exagerado dos galhos) O serviço de poda exige a assistência de profissionais qualificados, pois as árvores são organismos vivos que possuem mecanismos de defesa capazes de suportar este tipo de intervenção. Entretanto, uma poda mal executada, poderá causar danos irreversíveis ao vegetal e até levá-lo à morte.

De acordo com a situação apresentada por árvores isoladas ou agrupadas, define-se o tipo de poda a ser executada, que obedece basicamente aos seguintes critérios: correção do desenvolvimento do vegetal; adequação da árvore ao ambiente construído; redução de riscos de danos a pessoas e patrimônio público e privado. A relação entre as árvores e a população muitas vezes tem sido marcada pela ocorrência de conflitos provocados por falhas passadas no planejamento de plantios e da urbanização. Como exemplos mais típicos podem ser citados as constantes reclamações quanto a danos em calçadas provocados por raízes ou incompatibilidades surgidas entre galhos e redes de transmissão.

O resultado das disputas usualmente tem sido desfavorável às árvores, resultando em podas danosas e retiradas desnecessárias. Nem sempre a poda é necessária. A poda é recomendada quando: há interferência em equipamentos urbanos, como redes aéreas e subterrâneas, alcançam fachadas dos prédios, atrapalha sinalização e iluminação públicas e para limpeza ou remoção de galhos secos, mortos ou doentes.

Evite solicitar remoção. Ela é inevitável quando a árvore está seca, irremediavelmente atacada por pragas ou com risco de queda.

Veja a árvore sob um novo ângulo e tente adaptar seus projetos à sua permanência. Se a árvore provocou rachadura em sua calçada, não corte suas raízes, mas tente ampliar o canteiro ou gola onde ela se encontra para dar mais espaço ao seu crescimento e movimento por ação do vento. Mosquitos não proliferam em árvores, só em depósito de água. Morcegos que voam buscando frutos são frutívoros e insetívoros e fazem parte do ecossistema cumprindo sua parte. Nem sempre a poda/remoção da árvore resolve problemas de segurança.

Em que situação pode-se cortar uma árvore em área pública?

Pode-se tomar a decisão de cortar uma árvore quando ela:

:: estiver com o seu tronco podre, ameaçando cair

:: estiver bloqueando a visão da sinalização de trânsito

:: estiver seca ou muito doente

:: oferecer problemas muito sérios de segurança ao local (árvores ocas, por exemplo)

:: estiver fora do alinhamento permitido

:: for uma espécie não indicada para o local

:: houver excesso de árvores em um determinado local, tomando-o insalubre por ter pouca incidência de sol, sendo necessário o raleamento

:: estiver em frente a garagens, impedindo a entrada de veículos

Nunca se devem cortar árvore para livrar placas de propaganda de estabelecimentos comerciais, não deve fixar pregos, pendurar placas, cartazes, anúncios, amarrar arames, pintá-las, feri-las com objetos cortantes, acender velas na base do tronco, danificar protetores e tutores de mudas novas, bem como arrancá-las ou quebrar galhos.

A fim de compatibilizar o desenvolvimento urbano com a melhoria da qualidade do meio ambiente, o plantio previamente planejados, com ênfase para a utilização da árvore certa para o local correto, ou seja, a utilização de espécies adequadas ao ambiente construído, lançando mão de técnicas apropriadas que propiciem o desenvolvimento da árvore.